quarta-feira, 30 de março de 2011

Óvulos renovados


 Um grupo de pesquisadores brasileiros confirmou a eficiência de uma nova ferramenta biotecnológica para recuperar o desenvolvimento de óvulos de mulheres inférteis. O estudo, feito em modelos bovinos, foi capa edição de fevereiro da revista Reproductive Biomedicine.

O trabalho foi coordenado por Flávio Meirelles, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga, e teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Além de Meirelles e do primeiro autor do artigo, Marcos Chiaratti, pós-doutorando da FZEA-USP, o estudo também teve colaboração de pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal (SP), da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), e da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Montréal (Canadá).

De acordo com Chiaratti, o trabalho ressalta a enorme capacidade da técnica para restaurar o desenvolvimento embrionário de óvulos inférteis sem consequências para o recém-nascido.
“No estudo, utilizamos o modelo bovino, mas a grande similaridade do período de desenvolvimento embrionário e fetal indica que a técnica poderá ser importante também no contexto humano. O estudo abre as portas para estudos pré-clínicos visando à futura aplicação dessa ferramenta em humanos”, disse à Agência FAPESP.

Segundo Chiaritti, a técnica tem grande implicação para mulheres que sofrem de infertilidade, principalmente devido ao envelhecimento. “De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Medicina Reprodutiva, 30% das mulheres entre 35 e 39 anos de idade são inférteis e esta porcentagem cresce para 64% entre as mulheres com 40 a 44 anos”, disse.

A técnica consiste na transferência de pequenas porções de citoplasma provenientes de óvulos de mulheres mais jovens para óvulos de mulheres inférteis. “Havia a hipótese de que essa transferência de citoplasma pudesse suprir possíveis deficiências dos óvulos dessas mulheres com problemas de fertilidade”, apontou.

A transferência de citoplasma foi utilizada no final da década de 1990 em clínicas de reprodução humana assistida dos Estados Unidos e também em alguns outros países, resultando no nascimento de pelo menos 16 crianças. Entretanto, embora tenha se mostrado muito promissora, foi proibida pela pela Food and Drug Administration (FDA), agência do governo dos Estados Unidos.

“A ferramenta foi utilizada em humanos sem a realização de ensaios pré-clínicos. Embora fosse um recurso promissor, não havia informação suficiente sobre ela, que acabou sendo proibida. Não se tinha garantias de que o uso da técnica pudesse perpetuar alguma patologia hereditária de uma mãe que tem um quadro de infertilidade”, disse.

Na época, segundo Chiaritti, não se sabia porque a técnica funcionava. Uma das hipóteses levantadas era a de que os óvulos recuperavam o desenvolvimento embrionário graças à introdução de mitocôndrias novas contidas no citoplasma implantado. “Conjecturou-se que a infertilidade fosse causada por baixa atividade das mitocôndrias, mas nada disso foi provado”, disse.

Gravidez tardia e segura

Nos últimos anos, vários trabalhos têm investigado a técnica em modelos animais, confirmando os resultados prévios descritos em humanos. “Nosso experimento gerou animais saudáveis em 100% dos casos. Como foi feito em bovinos, é um excelente indicativo de que a técnica é segura também para humanos”, disse Chiaritti.

No experimento, os óvulos bovinos foram submetidos a aplicação de brometo de etídio. A droga tem efeito específico nas mitocôndrias e o defeito causado nos óvulos simulava o problema das mulheres que sofrem com a infertilidade.

“Depois disso, utilizamos a técnica de transferência de citoplasma e tivemos uma recuperação de 100% do rendimento dos óvulos, em termos de desenvolvimento embrionário”, afirmou.
Na época em que a técnica foi aplicada em humanos, duas das crianças nasceram com defeitos cromossômicos. Isso também foi um dos argumentos para que a FDA proibisse o procedimento.
“Hoje, sabemos que esses defeitos não foram causados pelo uso da técnica, mas porque há uma incidência maior desses defeitos cromossômicos na gravidez de mulheres mais velhas. No caso das vacas, nenhum dos animais nascidos apresentou qualquer anomalia”, disse.

De acordo com Meirelles, após a publicação, o artigo mereceu um comentário na própria Reproductive Biomedicine, assinado por Henry Malter, renomado especialista em reprodução humana assistida do centro Genesis Fertility and Reproductive Medicine, nos Estados Unidos.
“O artigo foi considerado muito importante, porque a técnica, que pode trazer grandes benefícios para a medicina reprodutiva, havia sido deixada de lado há muitos anos. A pesquisa abre a perspectiva para que finalmente possam ser feitos estudos pré-clínicos, possibilitando a aplicação no futuro”, afirmou Meirelles.

Segundo ele, o desenvolvimento de técnicas que ajudem a recuperar o desenvolvimento embrionário se torna cada vez mais importante à medida que as mulheres estão engravidando cada vez mais tarde.
“Sabemos que a fertilidade do ser humano cai gradualmente com o tempo. Essa técnica, especificamente, consegue trazer benefícios para indivíduos que não respondem nem mesmo à fertilização in vitro. O grande avanço que esse trabalho representa consiste em mostrar, mediante o modelo animal, que a técnica é segura”, afirmou.

Fonte: Boletim Agência Fapesp

sábado, 26 de março de 2011

Espermatozoides são criados em laboratório pela 1ª vez no Japão

Técnica foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Yokohama. No futuro, método poderá ser adaptado para tratar infertilidade em homens.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Yokohama, no Japão, conseguiu produzir espermatozoides saudáveis de camundongos em laboratório. Segundo a equipe do departamento de urologia, liderada pelo professor Takehiko Ogawa, o método pode ser melhorado no futuro para uso em humanos, sendo útil para diagnosticar e tratar problemas de fertilidade masculina.

O feito é explicado na edição desta quinta-feira (24) da revista "Nature". A técnica consiste em retirar pequenos pedaços dos testículos de camundongos com idade entre 3 a 5 dias, por meio de uma cirurgia conhecida como biópsia. Os tecidos foram levados em seguida para cultivo em placas com um material que garantiu a sobrevivência das células.

Como foram retirados de roedores bebês, os tecidos eram formados por um estágio anterior dos espermatozoides - conhecido como espermatogônias - que deram origem às células de reprodução adultas depois de dois meses.

Após serem criados, os espermatozoides foram testados em óvulos para os cientistas confirmarem se podiam gerar novos camundongos. A fertilização foi feita "in vitro" por meio de uma técnica que injeta o esperma diretamente no interior do óvulo com uma microagulha de vidro. O resultado foi o nascimento de novos roedores, que depois tiveram filhotes de forma natural.

É a primeira vez que espermatozoides de mamíferos são gerados em laboratório. A criação dessas células masculinas é conhecida como espermatogênese e costuma demorar 64 dias em humanos e 35 em ratos, segundo os pesquisadores. Até a façanha da equipe japonesa, como a espermatogênese é um processo demorado e complexo, os cientistas tinham dificuldade para manter a divisão celular nas placas de vidro.

O grupo de Tanehiko começou a estudar a possibilidade de gerar espermatozoides em laboratório há muitos anos. O objetivo é o de entender melhor como funcionam essas células e, especialmente, como mecanismos nas moléculas dessas estruturas podem levar à infertilidade.

Fonte: Globo.com - Ciência e Saúde

terça-feira, 22 de março de 2011

Informações sobre o curso em espanhol

Devido à procura do curso por pessoas de outros países, disponibilizamos o conteúdo do curso em espanhol abaixo:

Debido a la demanda de personas de otros países ofrecen el contenido de los cursos en español a continuación:

Resumen

El análisis de semen es una técnica importante que ayuda en el 
diagnóstico de las parejas con problemas de infertilidad. Es 
capaz de promover la información de la producción testicular, 
algunas propiedades funcionales de los espermatozoides y función
de las glándulas accesorias. Por lo tanto, es necesario que los 
profesionales que trabajan o tengan la intención de actuar de 
Reproducción Humana Asistida buscan mejorar y actualizar sus 
conocimientos técnicos para el día de proporcionar 
una evaluación adecuada.
Pensando en ello, Reproferty promover, el 16 y 17 de abril, 
una Taller teórica y práctica de Análisis y Procesamiento 
Seminal para estudiantes y profesionales.



Cartel (sujeto a cambios):

Sábado, 16 de abril 2011

08:00-12:00 - Conferencia
Apertura

Ponente: Fernando de Macedo Dr.José - CRM: 33.220 
 
Especialista en Ginecología y Obstetricia, video e 
histeroscopia, la ecografía del Colegio Brasileño de 
Radiología, Especialista en Reproducción Humana y 
miembro de la Sociedad Americana de Medicina Reproductiva 
y la Sociedad Brasileña de Reproducción Humana.

· Causa de la infertilidad masculina
· Sistema reproductor masculino 
 
Ponente: Dr. Marcelo Vieira - CRM: 70.331
 
Especialista en Urología por la Sociedad Brasileña de 
Urología, Profesor de Cirugía, Facultad de Ciencias 
Médicas de la Santa Casa de São Paulo, hombre de la 
Salud factor responsable andrólogo Centro de Referencia 
de la Mujer (CRSM) - Hospital Perola Byington.

· La espermatogénesis y espermiogénesis
· Estructura y función de los espermatozoides
Composición del semen
• Recoger el semen

Pires Joyce - CRBIO:: Altavoz 72.619/01
 
Licenciatura en Ciencias Biológicas por la 
Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita 
Filho (UNESP-Botucatu). Especialista en Salud Pública 
en el Instituto Adolfo Lutz.

· Importancia del semen
· Manual de la OMS 2010 - Cambios en los valores de referencia
• Análisis seminal - macroscópica
• Análisis seminal - Aspectos microscópicos
· Test de eosina - Nigrosina
• Análisis morfológico
· Frotis y tinción
· Morfología espermática

Ponente: Dr. Mauro Luiz Gomes - CRBM: 11.403

Maestría en Salud Materno-Infantil, Especialista en Reproducción 
Asistida de Salud de la Mujer Centro de Referencia de (CRSM) y 
la Red Latinoamericana de Reproducción Asistida (Redler).

12:00-13:00 - Almuerzo

13:00-17:00 Práctica Análisis Seminal


Domingo, 17 de abril 2011

09:00-13:00 Conferencia y Práctica

· Tramitación seminales

Intervienen: Dra. Maristela Oliveira Rodrigues - CRB 33220
 
Especialista en Reproducción Asistida del Instituto Valenciano 
de Infertilidad (IVI España), especialista en Salud Pública, 
Universidad de Mogi das Cruzes (UMC), especialista en Análisis 
Clínicos por el Consejo Regional de Biología (CRB1), a cargo 
del sector técnico de la salud de la Adolfo Instituto Lutz.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Reproferty promove curso teórico-prático de Análise e Processamento Seminal

A análise seminal é uma importante técnica que auxilia no diagnóstico de casais com problemas de infertilidade. É capaz de promover informações da produção testicular, de algumas propriedades funcionais dos espermatozóides e da função das glândulas acessórias. Portanto, é necessário que os profissionais atuantes ou que pretendem atuar em Reprodução Humana Assistida busquem aperfeiçoamento e atualização de seus conhecimentos técnicos para fornercer uma avaliação adequada.
Pensando nisso, a Reproferty promoverá, nos dias 16 e 17 de abril, um Curso Teórico-Prático de Análise e Processamento Seminal para estudantes e profissionais da área.



O curso será ministrado em 2 módulos, sendo um no sábado e o outro no domingo. Os interessados podem optar por cursar apenas um dos módulos ou ambos.

Investimento:
Módulo 1 - Sábado: R$ 300,00
Módulo 2 - Domingo: R$ 250,00

Módulos 1+2: R$ 500,00

Formas de Pagamento:
À vista, via boleto ou depósito bancário, com vencimento em 11/04.


ATENÇÃO INSCRIÇÕES VIA BOLETO ENCERRADAS!!! FOI PRORROGADO O PRAZO PARA PAGAMENTO A VISTA COM DINHEIRO OU NO CARTÃO È PRECISO COMPARECER A CLÌNICA REPROFERTY E EFETUAR O PAGAMENTO - DÚVIDAS: 12 39415199 ou inscrição@reproferty.com.br

Cartão de crédito:
1 módulo: até 2x
2 módulos: até 4x

Programação (sujeita a alterações) :

Sábado, 16 de abril de 2011

Abertura
Palestrante: Dr.José Fernando de Macedo - CRM: 33.220

Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Vídeo e Histeroscopista, Ultrassonografista pelo Colégio Brasileiro de Radiologia, Especialista em Reprodução Humana e membro da American Society For Reproductive Medicine e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Causas da infertilidade masculina
Sistema reprodutor masculino

Palestrante: Dr. Marcelo Vieira - CRM: 70.331

Especialista em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Mestre em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Andrologista Responsável pelo Fator Masculino do Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM)– Hospital Pérola Byington.

Espermatogênese e espermiogênese
Palestrante: Dra. Kátia Regina Brasil Melo
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP- Rio Claro). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo- Escola Paulista de Medicina- (UNIFESP).


Sêmen: composição e técnicas de coleta
Importância do espermograma
Manual da OMS 2010 – Mudanças nos valores de referência
Análise seminal – Aspectos macroscópicos
Análise seminal – Aspectos microscópicos 
Estrutura e função do espermatozóide
Morfologia Estrita de Kruger

Palestrante: Diana Alves F. Ferreira
Bacharel em Biomedicina pela FMU - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas.


Teste de Eosina – Nigrosina
Esfregaço e Coloração

Palestrante: Dr. Luiz Mauro Gomes - CRBM: 11.403
Mestre em Saúde Materno Infantil, Especialista em Reprodução Assistida pelo Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM) e Rede Latino Americana de Reprodução Assistida (RedLara).

08:00 às 12:00 – Teórica
12:00 às 13:00 – Almoço
13:00 às 17:00 – Prática de Análise Seminal

Domingo, 17 de abril de 2011
09:00 às 13:00 Aula Teórica e Prática

Processamento seminal
Palestrantes: Dra. Maristela Rodrigues Oliveira - CRB 33220
Especialista em Reprodução Assistida pelo Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI Espanha), especialista em Saúde Pública pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), especialista em Análises Clínicas pelo Conselho Regional de Biologia (CRB1), encarregada de setor técnico de saúde do Instituto Adolfo Lutz.


Dúvidas: 
inscricao@reproferty.com.br


sábado, 19 de março de 2011

Dia 18 de março de 2011,
Confira a entrevista que o Dr. Fernando Macedo concede a Radio Nacional de Brasília apresentando maiores esclarecimentos sobre reversão de laqueadura a uma ouvinte do estado do Para. Confira abaixo o áudio completo


quinta-feira, 17 de março de 2011

Mecanismo molecular da fecundação


Um mecanismo molecular que ajuda o espermatozoide humano a detectar e chegar até os óvulos está descrito em dois artigos publicados nesta quinta-feira (17/3) no site da revista Nature.

De acordo com a publicação científica, as pesquisas destacam o papel de um inusitado canal de íons e poderá ajudar no desenvolvimento de novas classes de anticoncepcionais não hormonais.
Os estudos independentes foram conduzidos pelo grupo de Yuriy Kirichok, na Universidade da Califórnia em San Francisco, Estados Unidos, e por Benjamin Kaupp, do Center of Advanced European Studies and Research, e colegas.

Células do cúmulos (que envolvem os óvulos) liberam progesterona, que induz o influxo de íons de Ca2+ (cálcio) nos espermatozoides. A progesterona é um hormônio esteróide produzido, a partir da puberdade, pelo corpo lúteo (que também libera estrógeno) e pela placenta durante a gravidez.
O influxo de íons de Ca2+ leva a um aumento na atividade dos espermatozoides e estimula o movimento da célula reprodutiva masculina em direção ao óvulo.

Os novos estudos ajudam a esclarecer os mecanismos desse processo. Os dois grupos demonstraram que a progesterona ativa um canal de cálcio sensitivo ao pH chamado CatSper, o que causa um rápido influxo de íons de cálcio nos espermatozoides.

Como outros hormônios esteroides, a progesterona atua normalmente por meio de um receptor intracelular, mas as novas pesquisas destacam que, nos espermatozoides, o hormônio feminino pode sinalizar por meio de um mecanismo não genômico.
Se a ativação do CatSper é o único efeito da progesterona na sinalização de Ca2+ é algo que futuras pesquisas poderão esclarecer.

Os artigos The CatSper channel mediates progesterone-induced Ca21 influx in human sperm (doi:10.1038/nature09769) e Progesterone activates the principal Ca21 channel of human sperm (doi:10.1038/nature09767) podem ser lidos por assinantes da Nature em www.nature.com.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Novo teste genético poderá prever sucesso da fertilização in vitro

           Um pesquisador da Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva, em Nova York, ajudou a desenvolver o primeiro exame genético de sangue para prever as chances de uma fertilização in vitro (FIV) resultar em uma gravidez bem-sucedida.

O teste, relatado na revista médica online PLoS One, baseia-se na constatação de que diferentes subtipos do gene FMR1 (conhecido como cromossomo X frágil, responsável pelo retardamento mental do feto) em potenciais mães são associados a chances significativamente distintas de conceber um filho por FIV.

"Essa é a primeira evidência de que um gene específico pode estar diretamente relacionado aos resultados da fertilização in vitro", disse o médico David Barad, um dos autores e professor adjunto de epidemiologia e saúde da população e também de obstetrícia, ginecologia e saúde da mulher na faculdade Einstein. Além disso, Barad é diretor de reprodução assistida do Centro de Reprodução Humana (CHR, na sigla em inglês), em Nova York.

"Nossa pesquisa sugere ainda que o gene FMR1 - conhecido por prever falha ovariana prematura - pode ser usado para prognosticar em que idade a fertilidade da mulher começará a diminuir", acrescentou.

O estudo também apoia a crença de que a autoimunidade (imunidade de alguém a suas próprias células ou tecidos) desempenha um papel na infertilidade, tema controverso entre os especialistas em medicina reprodutiva.

O trabalho envolveu 339 mulheres com infertilidade submetidas a um total de 455 ciclos de FIV no CHR. Os pesquisadores investigaram a relação entre três diferentes grupos genéticos de FMR1 e os resultados da gravidez e dos níveis de autoimunidade. As mulheres com o genótipo "normal" de FMR1 tinha uma taxa de gravidez de 38,6%; aquelas com "heterozigoto-normal/alto" tiveram um índice de 31,7%; e as com "heterozigoto-normal/baixo" tiveram 22,2% de chance.

O genótipo associado à menor taxa de gravidez (heterozigoto-normal/baixo) também foi ligado a medidas de aumento da autoimunidade. As mulheres com esse genótipo apresentaram uma maior incidência de síndrome de ovários policísticos (causa comum de infertilidade), que pode ter um componente autoimune, segundo especialistas.

"Estudos anteriores sugerem que a autoimunidade desempenha um papel na infertilidade", afirmou o Dr. Barad. "Agora, pela primeira vez, temos um potencial mecanismo genético que pode servir de base para várias ameaças à fertilidade."

O custo do exame de sangue para FMR1 deve ser relativamente baixo - comparável aos testes de triagem para doenças genéticas. Embora a análise ainda não esteja clinicamente disponível, "é provável que os resultados levem a aplicações no futuro", disse o dr. Barad.

"Qualquer exame que possa prever a fertilidade de uma mulher poderá ajudá-la a planejar sua família", destacou. "Por exemplo, se uma mulher que pretende fazer faculdade descobre que tem um certo risco de perder a função ovariana antes dos 35 anos, ela pode deixar seus óvulos em um banco ou tentar ter filhos numa idade mais precoce, em vez de adiar a gestação", completou o pesquisador.


Fonte: O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 2 de março de 2011

Estresse não impede que o tratamento de Reprodução Assistida funcione

Mulheres submetidas a terapias de Reprodução Assistida podem ficar tranquilas: o sofrimento emocional causado pela infertilidade ou por outros eventos da vida não impede que o tratamento funcione, de acordo com uma nova pesquisa.

A infertilidade afeta mais de 15% da população em idade reprodutiva e metade destas pessoas procuram ajuda médica na esperança de se tornarem pais.
Muitas mulheres inférteis acreditam que o estresse e as tensões são o motivo de não ficarem grávidas naturalmente ou da falta de sucesso nos tratamentos em Reprodução Assistida. Esta visão é amplamente baseada no famoso mito do “não pense sobre isso e você vai engravidar”.
Entretanto, muitos médicos são céticos de que o estresse afete a fertilidade devido à falta de evidências científicas sobre isso.



Pesquisadores do Cardiff Fertility Studies Research Group publicaram esta semana um estudo no British Medical Journal, no qual investigaram ligações entre o sucesso do tratamento de fertilidade e o estresse, através da realização de uma revisão em larga escala (metanálise) de pesquisas relacionadas.
Quatorze estudos com 3.583 mulheres submetidas ao ciclo de tratamento de fertilidade foram incluídas nesta revisão. Antes do tratamento, as mulheres foram avaliadas sobre a ocorrência de ansiedade e estresse. Os pesquisadores então compararam os dados obtidos com os de mulheres que conseguiram engravidar e com os daquelas que não conseguiram. Os resultados mostraram que o sofrimento emocional não está associado ao fato da mulher ficar ou não grávida e, portanto, não compromete suas chances de sucesso do tratamento.
Fonte: Science Daily - www.sciencedaily.com

terça-feira, 1 de março de 2011

Reproferty promove Curso Teórico-Prático de Análise e Processamento Seminal

A análise seminal é uma importante técnica que auxilia no diagnóstico de casais com problemas de infertilidade. É capaz de promover informações da produção testicular, de algumas propriedades funcionais dos espermatozóides e da função das glândulas acessórias. Portanto, é necessário que os profissionais atuantes em Reprodução Humana Assistida busquem aperfeiçoamento e atualização de seus conhecimentos técnicos para fornercer uma avaliação adequada.
Pensando nisso, a Reproferty promoverá, no dia 16 de abril, um Curso Teórico-Prático de Análise e Processamento Seminal para estudantes e profissionais da área.

Aguarde! Em breve mais informações estarão disponíveis aqui no blog e no site da Reproferty.

Nova técnica de triagem de embriões aumenta o sucesso da fertilização in vitro

Uma britânica que passou mais de dez anos tentando ter um filho através de tratamentos de fertilização in vitro deu à luz dois bebês gêmeos após se submeter a uma técnica inovadora de verificação genética de embriões.
George e Helen Ashton disseram à BBC que se sentem 'orgulhosos e privilegiados por serem pais de dois lindos meninos'.
A técnica, conhecida como Hibridização Genômica Comparativa (CGH), permite uma espécie de escaneamento em busca de anormalidades genéticas nos embriões e aumenta as chances de uma gravidez bem sucedida no processo de fertilização in vitro.


Segundo o ginecologista Tim Child, da clínica Oxford Fertility Unit, a maior parte dos abortos naturais nas mulheres que passaram pela fertilização ocorre porque o embrião tem o número incorreto de cromossomos.
'Na fertilização in vitro normal, cultivamos os embriões e escolhemos os dois melhores para implantar no útero com base na sua aparência, mas muitos acabam sendo anormais. A nova técnica permite checar todos os 23 pares de cromossomos para garantir que o embrião seja saudável', disse à BBC.

Cromossomos
A tecnologia usada no procedimento permite conferir os cromossomos no embrião a poucos dias de seu desenvolvimento. Somente os mais saudáveis e com as maiores chances de sobrevivência são implantados no útero da mãe.
Pesquisadores da Universidade de Oxford dizem que a técnica aumenta para 66% o número de mulheres que engravidam com a fertilização in vitro.
Sem a técnica, o índice habitual é em torno de 28%. Cerca de 37 mil mulheres passam pelo tratamento de fertilização in vitro a cada ano no Reino Unido e menos de um em cada quatro procedimentos tem êxito.
Tim Child, que realizou o procedimento em Helen Ashton, diz que a técnica ainda é cara e, por isso, recomendada somente para os casais que tentaram engravidar várias vezes sem sucesso.
George e Helen Ashton tentaram a fertilização in vitro cinco vezes em quase dez anos. Ela diz que ficou grávida algumas vezes, mas sofreu abortos naturais.
'Não queríamos admitir a derrota nem perder as esperanças, mas chegamos ao ponto de pensar: 'talvez isso não vá acontecer para nós'. Estávamos chegando ao fim da linha', conta.
No Brasil, a técnica começou a ser estudada em 2004. Hoje ela é aplicada em dois laboratórios, somente em casos de pessoas com um longo histórico de tentativas.
Fonte: Portal Globo (G1) – Ciência e Saúde.


NOTA: A Clínica Reproferty já disponibiliza aos seus pacientes a moderna técnica CGH.